domingo, 10 de agosto de 2014

´´Á VERDADEIRA HISTÓRIA DA GAROTA DO CAPA VERMELHA ´´

QUEM TEM MEDO DO LOBO JACOB?

Se a versão de Burton para  Alice no País das Maravilhas  é um show de criatividade no roteiro, o mesmo não podemos dizer do filme A Garota da Capa Vermelha, versão moderninha demais para o clássico conto infantil da Chapeuzinho Vermelho, trazida pela mesma diretora do primeiro filme da Saga Crepúsculo, Catherine Hardwicke. Tudo bem que não podemos comparar o ícone diretor, com a novata diretora, que só tem no currículo um filminho teen modinha.  Mas convenhamos também, que esperamos ver o surgimento e crescimento de novos talentos na direção e não alguém que siga á risca a fórmula do seu único sucesso, como infelizmente, fez Hardwicke, neste filme que prometia ser tão bom quanto o de Burton.

A trama se passa num villarejo na Idade Média, assombrado por um lobisomem, onde os moradores fizeram um acordo com a tal criatura, de sempre nas noites de lua cheia deixar um cabrito, para saciar sua fome, poupando assim os moradores. Até que uma bela noite, o pacto de décadas é quebrado, quando o lobisomem ataca e mata a irmã de Valerie (Amanda Seyfried), a garota que dar título ao filme. A chapeuzinho aqui é apaixonada pelo pobre lenhador Peter (Shiloh Fernandes), mas está prometida em casamento ao mauricinho do villarejo Henry (Max Irons). Para complicar ainda mais a vida dos pacatos moradores, chega o Padre Solomon (Gary Oldman, ótimo), que tem tanta vontade de ferrar com o lobisomem, por motivos pessoais (e convenhamos, hilário), mete mais medo na população que o próprio monstro canino humano.

O filme tem um roteiro fraco e o mais grave: é uma imitação cagada e cuspida de Crepúsculo. A personagem central, a exemplo de Bella Swann, narra toda história em primeira pessoa, colocando no meio suas desilusões amorosas, pensamentos e sentimentos, ou seja, vomitando no público algo que ela devia deixar bem guardadinho no seu diário de adolescente. O terror dar lugar ao dramalhão do triângulo amoroso, só que aqui, é ainda mal elaborado que a famosa franquia teen. A imitação é tão visível que até mesmo o penteado do lenhador galã teen é idêntico do Edward. Nem mesmo o suspense do mistério quem é o lobisomem, onde nem mesmo a vovó e o lenhador escapam de serem suspeitos, consegue segurar o filme e livrá-lo da mediocridade.

As intepretações são fraquíssimas, salvando-se apenas o veterano Gary Oldman, que mais uma vez arrebenta como vilão. Aliás, seu personagem é o único que ainda consegue dar uma moralzinha ao filme e prender a atenção. Já o tal lobisomem aparece pouco e quando finalmente vemos o seu focinho, ao invés de assustar, causa risos com a tosca voz conversando com a Chapeuzinho. Detalhe: impossível não olhar para ele e  fazemos a pergunta "O que o Jacob está fazendo neste filme?", já que o monstro é idêntico ao versão transformada do personagem de Taylor Lautner na sérieCrepúsculo. Até mesmo no visual do lobisomem, o filme escapou de ser uma imitação da famosa série teen.

E para completar ainda mais a falta de senso do ridículo dos roteiristas e da diretora, o filme tem uma rápida e tosca citação dos três porquinhos, durante uma, pasmen caros internautas, um rave, e o mais grave: o clássico diálogo entre Chapeuzinho e o lobo disfarçado de vovó no conto infantil, é refeito no filme de forma absurdamente tosca e patética, numa das piores e mais desnecessárias cenas da história do cinema. Curiosamente, o filme tem como um dos produtores, o astro Leonardo Di Caprio, que deve ter tomado um porre daqueles que tomava na adolescência, para aceitar produzir esta merda.

Em síntese, um filminho teen, decepcionante, insosso e totalmente sem graça, que não empolga nem mesmo as adolescentes fãs da Saga Crepúsculo. Faço minhas uma frase muito bem dita pelo crítico de cinema Lucas Salgado, do site Adoro Cinema: "A Garota da Capa Vermelha está para a fábula da Chapeuzinho Vermelho da mesma forma que Crepúsculo está para as histórias de vampiros. Passe longe".


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